domingo, 10 de abril de 2011

Porto Campeão - Benfica em Apagão

Cabe-me a mim, benfiquista convicto, comentar ao jogo em que o S.L.Benfica abre mão do título da época passada, para o mais directo rival, F.C. Porto.


O JOGO

Desde os primeiros minutos se percebeu que o Benfica acusava a pressão de ver o F.C.Porto sagrar-se Campeão Nacional no Estádio da Luz, mantendo assim a invencibilidade.
Benfica inicia o jogo sem Maxi Pereira do lado direito da defesa, cabendo a Airton (adaptação) tapar o corredor quer a Varela quer a Hulk. A alteração poderá ter ajudado a instabilidade da estrutura táctica do onze de Jorge Jesus, embora a principal fonte de instabilidade não pertencia ao colectivo do S.L.Benfica, mas sim ao onze do F.C.Porto, como explicarei adiante. (ver Confronto Directo)

Início do jogo algo nervoso para as três equipas em campo, e após a marcação de um pontapé de canto favorável ao F.C.Porto, Saviola recebe a bola a saída da grande e é “derrubado” por Otamendi, tendo o arbitro Duarte Gomes assinalado a falta inexistente e anulando assim um contra-ataque potencialmente perigoso do Benfica, já que Aimar seguia em posse de bola e em superioridade numérica.
E este é o único caso do jogo em que o Benfica é prejudicado, isto porque muito se tem falado que o Porto é “levado ao colo”, que o Benfica foi “empurrado para baixo”, mas este jogo prova que nem tudo foi, é ou será tão linear, como comentadores ligados ao S.L.Benfica querem fazer parecer.
O Porto foi dominador desde o início, quem pensava que a equipa de André Vilas Boas iria ao Estádio da Luz sentir a pressão de ser Campeão naquele estádio e que iria gerir o jogo de forma a não ser derrotado, poderá ter ficado surpreendido pela capacidade de assumir o jogo de forma tão eficaz.
Daí que não seja de estranhar o golo madrugador de Guarin, um frango de Roberto, um erro de Javi Garcia, e um pontapé forte e estava aberto o marcador.

De seguida Duarte Gomes em gesto de autoritarismo absurdo começa a distribuir amarelos, primeiro a Airton e de seguida a Otamendi, assinalando assim uma pertença falta sobre Jara dentro da grande área do F.C.Porto (diga-se inexistente).
Duarte Gomes não fez por menos, erros disciplinares e técnicos, dos 3 aos 94 minutos.
Saviola converteu a grande penalidade, o Benfica chega ao empate, mas continua sem intensidade, e o onze de André Vilas Boas continuava a mostrar uma dinâmica táctica que colocava Javi Garcia completamente aos papeis. Assim não seria de estranhar que o Futebol Clube do Porto chegasse ao golo, e assim aconteceu, na conversão de um penalti indiscutível que foi convertido por Hulk.
A intensidade do jogo aumenta, mas chega o intervalo.


Jorge Jesus mexe no onze durante o intervalo, saem Aimar e Jara, entram Cesar Peixoto e Oscar Cardozo. O Benfica perdia assim criatividade e ganharia maior consistência defensiva e física, permitindo assim que Gaitan jogasse mais no centro e Fábio Coentrão assumisse o lado esquerdo já que contava com a cobertura de César Peixoto.
O Derby reinicia com mais uma falha de Javi Garcia, perda de bola para João Moutinho que serva Falcão que remata para defesa de Roberto. Seguem-se os 5 minutos em que o Benfica “tentou” jogar à bola, remate pergoso de Saviola para defesa de Helton para canto, cabeceamento de Javi Garcia após a marcação do canto e remate de Salvio.

Acabou o Benfica e acabou Airton que se lesiona sozinho na tentativa de interceptar o esférico.
Os lances de perigo junto a baliza de Roberto sucedem-se, pelos pés e cabeça de Falcão, e ao 62 minutos Fábio Coentrão arrisca a expulsão, mas Duarte Gomes assim não entende.
O restante encontro, ficou marcado por mais umas quantas decisões erradas de Duarte Gomes, entre as quais a expulsão de Otamendi, que permitiu um ascendente do S.L.Benfica, mas que Cardozo fez a questão de arruinar com uma atitude infantil que lhe valeu o cartão vermelho.
A terminar o jogo uma bola no poste da baliza de Hélton, fez os portistas festejar como de um golo se tratasse, e essa mesma bola ao poste, toldou a visão/avaliação de Jorge Jesus de um jogo que o Benfica nunca mereceu vencer.


PÓS-JOGO

O F.C.Porto a festejar em pleno relvado da Luz é algo que custa a qualquer benfiquista, mas as atitudes da estrutura do S.L.Benfica fez questão de se comportar como de um clube regional se tratasse. Desligar a Iluminação do estádio colocando em risco a segurança de todos, e ligando o sistema de rega, mostrou a estupidez que rege o futebol português e que muita vezes a direcção do meu clube critica… mas em boa verdade são iguais a todos os outros… moralmente e eticamente esta estrutura do S.L.Benfica sai fragilizada, e consequentemente todos os Benfiquistas devem estar envergonhados


CONFRONTO DIRECTO

O onze de André Villas Boas leva clara vantagem no confronto directo em todos os encontros realizados contra a equipa de Jorge Jesus com a excepção do confronto para a Taça de Portugal, onde o F.C.Porto alinhou sem Falcao.

Falcao coloca por si só a estrutura táctica do Benfica em Cheque-Mate, movimenta-se entre os centrais e Javi Garcia, ficando o espanhol completamente vulnerável às rupturas entre linhas de Belushi (nos 5-0) ou de Guarin na Luz. O triangulo do meio campo, com Falcao, trasforma-se num losangulo dinâmico com um apoio lateral (Varela) e um apoio mais interior (Hulk) e assim a rigidez estrutural do Benfica é iludida e que potencia a capacidade ofensiva do F.C.Porto.

Assim, o 0-2 do estádio do Dragão podem não ser tão confortáveis, principalmente com Falcao em campo.




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