Como tem sido hábito nos últimos tempos, o Benfica entrou muito bem no jogo, com uma boa pressão no adversário e com velocidade qb nas jogadas ofensivas. Aos 14’, uma boa jogada de Fábio Coentrão, pelo lado esquerdo, originou o primeiro lance de perigo para a baliza da Académica. Na sequência da jogada, a bola sobra para Saviola que centra e o mesmo Fábio Coentrão sem oposição por parte da defesa academista, cabeceia muito por cima. Podia e devia ter feito muito melhor. Aos 17’, aparece em cena, aquele que nunca queremos que apareça. Elmano Santos, neste caso em particular com a ajuda do bandeirinha, começou o rol de disparates. Livre perigoso à entrada da área da Académica, mesmo ao jeito do pé esquerdo de Óscar Cardozo. O paraguaio bate com um misto de força e colocação, e acerta em Saviola que desvia para a baliza de Peiser. Na repetição, deu para ver que o argentino está bastante adiantado em relação à linha defensiva dos estudantes, ficando uma pessoa a pensar porque raio o fiscal não viu aquilo. Admito que foi escandaloso. Em relação à suposta mão, Saviola opta por uma postura defensiva para se proteger do remate de Cardozo. O facto do lance ter resultado em golo, obrigaria sempre o árbitro a interromper o jogo, embora me parecesse casual. Este lance enervou ainda mais a equipa da Académica, aproveitando o Benfica para se aproximar ainda mais da baliza de Peiser e criar uma ou duas oportunidades de golo. Pelo meio, a Académica poderia ter chegado ao golo através de uma boa jogada de contra-ataque, apenas negada por uma boa defesa de Roberto.
Aos 35’ novo erro da equipa de arbitragem. Fábio Coentrão entra na área e é derrubado por Hélder Cabral. O toque na perna esquerda é claro e suficiente para travar o defesa benfiquista. Elmano Santos não ajuíza da mesma maneira e ainda amarela o nº 18 do Benfica, sendo este o 5º amarelo. O jogo estava quente e no minuto a seguir, Pape Sow entrega o jogo ao Benfica. Num acto de pura loucura, com um misto de kung-fu, o jogador academista atinge com um pontapé o peito de Cardozo, não dando outra hipótese ao árbitro que não fosse a expulsão. O intervalo chegou e a vantagem do Benfica era justíssima face às oportunidades criadas.
Esperava-se uma 2ª parte tranquila por parte do Benfica, devido à vantagem numérica em campo. Puro engano. O Benfica entrou muito amorfo, sem chama e permitiu alguns ataques bem perigosos ao adversário, que por pouco não fizeram a igualdade. Aos 67’, uma dupla jogada de perigo da Académica, quase que dava o 1-1. Primeiro, Sougou foge a David Luiz no lado direito e cruza para a área para Diogo Valente, que por centímetros não consegue empurrar para dentro da baliza de Roberto. Na sequência da jogada, Bischoff recebe a bola e remata ao poste da baliza benfiquista. A falta de garra da equipa do Benfica e alguma sobranceria na maneira como encarou a 2ª parte já que estava a jogar com mais um, deu moral à Briosa, pondo sempre em causa a vantagem benfiquista. Embora tenha sido um minuto antes dos lances de perigo da Académica, a substituição de Carlos Martins por Aimar veio melhorar um pouco a circulação de bola, bem como as jogadas de ataque. Foi num canto marcado pelo argentino que Luisão quase desfaz as dúvidas do vencedor, mas a bola bate com estrondo no poste. Na jogada imediatamente a seguir, Elmano Santos, que já devia ter saudades de aparecer, volta a fazer das suas fazendo vista grossa a um corte na bola com o braço de Bischoff (seria o 2º amarelo). Não querendo ser completamente injusto com o juiz da Madeira, o fiscal de linha até teve mais responsabilidades pela não marcação do lance.
Até ao final, destaque para a expulsão de Fábio Coentrão, por duplo amarelo, impedindo-o de jogar na próxima quarta-feira contra o Olhanense, voltando a ficar com 4 amarelos e consequentemente em perigo de exclusão.
Como ponto positivo destaco a garra da equipa da Académica, nunca desistindo do resultado, mesmo sabendo que estava em inferioridade numérica. A vitória do Benfica não está em causa, mas não era completamente injusto se o empate tivesse acontecido. Como ponto negativo, destaco a paupérrima 2ª parte do Benfica, que fez com que o resultado estivesse incerto até ao fim. Espero que o JJ lhes tenha dado nas orelhas. A quantidade de jogos seguidos, bem como a falta de rotação da equipa podem estar também na origem da 2ª parte fraquinha. Espero que essa rotação comece já na 4ª feira.
Não poderia acabar esta crónica sem falar do árbitro. Foi impressionante a quantidade de erros graves que cometeu num só jogo, prejudicando as duas equipas. É hilariante ouvir o Vítor Pereira falar, principalmente quando diz que as arbitragens têm sido boas. Isto tem que levar uma varridela de cima a baixo e pode começar já pelo Elmano e seus muchachos. J
2 comentários:
"O facto do lance ter resultado em golo, obrigaria sempre o árbitro a interromper o jogo, embora me parecesse casual."
Eu acho que não é mão,o jogador protegeu-se e perante a lei 12 do jogo que diz :
"Tocar a bola com as mãos implica um acto deliberado em que o jogador toma contacto com a bola com as mãos ou com os braços. O árbitro deve ter em consideração os seguintes critérios:
o movimento da mão na direcção da bola (e não a bola na direcção da mão);
a distância entre o adversário e a bola (bola inesperada);
a posição da mão não pressupõe necessariamente uma infracção;
o facto do contacto com a bola ser feito com um objecto que tem na mão (peça de vestuário, caneleira, etc.), não deixa de constituir infracção.
o contacto com a bola ser feito através de um objecto lançado com as mãos (bota, caneleira, etc.) também constitui infracção."
o jogador não tem um acto deliberado de contacto com a bola, logo nunca é falta independentemente do local do campo ou circunstância de jogo.
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